terça-feira, 10 de abril de 2012

O que faz uma bailarina NÃO querer viver de dança?

Outro dia, tive um súbito momento em que desejei viver só de dança. Mas segundos depois, voltei à realidade. Esse post, DE MANEIRA ALGUMA, é pessimista e é contra a ideia de se viver de dança. NÃO. Mas sim, existem pessoas que poderiam, mas não querem. Por quê?

Já escrevi porque uma bailarina larga a DV. Dinheiro, casamento, gravidez, novos projetos... mas e aquelas que não a tem como primeira profissão (como eu)?

Um resumo sobre minha opinião e uma junção de inúmeras conversas que já tive por aí com outras bailocas:

Instabilidade financeira: esse é um ponto importante (senão o principal) e nem preciso incluir aqui os gastos que fazemos com roupas, eventos e aprimoramento. Para bailarinas que não possuem escola de dança, depender de manter uma quantidade razoável de alunas dá frio na barriga. Além disso, é basicamente necessário estar vinculada (não importa a forma) aos grupos que coordenam os restaurantes para divulgação constante e dinheiro extra. Fora, o fato de que seria ainda bem melhor se você fosse convidada para fazer festas particulares ou ministrar cursos com certa frequência. Daí, para isso, o famoso QI é fundamental.

Acho que só isso é um grande e bom motivo. Mas há outros:

- Não ter paciência para lidar com estrelismo e ego alheios;
- Organizar eventos constantemente, esperando que eles nunca lhe causem prejuízo e sim, o mínimo de lucro;
- Não ter jeito ou ter medo de abrir e manter uma escola de dança;
- Decepções constantes com eventos e pessoas, porque a fofoca/intriga, "amiga", é grande e parece inevitável, mesmo que às vezes, você fique na sua.

...daí, a dança acaba em segundo plano, do jeito que começou. Minha querida Lory escreveu um texto que complementa esse post de certa forma, vale a pena ler.

A maioria das alunas, quando começa a aprender DV, tem mais de 18 anos e já tem alguma faculdade na cabeça ou já tem um outro emprego. São poucas as que largam as carreiras para viver de dança.

Tá. O que faz então as alunas chegarem a cogitar essa possibilidade? Acho que daí é tema para um post futuro!

Mais paz no coração e mais boca fechada para todas nós!

Bauce kabir,
Hanna Aisha

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© JULIANA RIBEIRO BATISTA